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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Viúva questiona homenagem a ex-governador que atirou na boca de antecessor na Paraíba

O Senado Federal se prepara para prestar uma homenagem ao ex-governador da Paraíba e ex-senador Ronaldo Cunha Lima, falecido em julho de 2012. O nome de Ronaldo, que é pai do senador Cássio (PSDB), batizará o prédio do Senado onde funciona o Interlegis, de acordo com uma decisão da Casa em 2012. 

Alguns meses depois da morte de Ronaldo, um projeto do senador José Agripino (DEM-RN) propôs a nova denominação. Na justificativa, Agripino alegou que “o senador Ronaldo ofereceu contribuição entusiástica e decisiva, seja para o processo de implantação do Interlegis, seja para a consolidação desse importante programa”. 


Agora, a família do ex-governador Tarcísio Burity resolveu encaminhar ao presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB) uma carta na qual expressa sua indignação pela concessão da honraria. 

No texto, assinado pela viúva de Burity, Glauce, o caso Gulliver é citado: "Peço transmitir a todos os congressistas a indignação da família de Tarcísio de Miranda Burity, vítima de uma tentativa de homicídio qualificado praticada por aquele cidadão quando Governador do Estado da Paraíba", menciona Glauce, referindo-se ao tiro que Ronaldo deu na boca do ex-colega governador, no ano 1993, em um famoso restaurante da capital.

Ronaldo nunca respondeu pelo crime. Morreu com privilégios que cercam os "intocáveis" da política. Burity escapou do episódio, graças a um milagre. Ele faleceu 10 anos depois de complicações cardíacas. O caso envergonha até hoje os paraibanos.






CássioFotografias com CAUÊ RODRIGUES