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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Brasileiro condenado por tráfico de drogas será executado neste sábado na Indonésia

O governo da Indonésia informou nesta quarta (14) que executará o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, 53, na noite de sábado (17) meio da tarde na hora de Brasília.


A informação foi dada por Tony Spontana, porta-voz da Procuradoria-Geral, órgão responsável pelas execuções naquele país. Marco e o Itamaraty já foram informados a respeito. O brasileiro foi condenado em 2004, após tentar, um ano antes, entrar no país com 13,4 kg de cocaína escondidos em tubos de uma asa-delta. Se levada a cabo, será a primeira vez que um brasileiro será executado no exterior. A morte se dá por fuzilamento. O outro brasileiro no corredor da morte no país, o paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, 42, também condenado por tráfico, teve rejeitado na sexta o pedido de clemência feito ao presidente Joko Widodo. Isso significa que não há mais impedimentos legais para executá-lo. 

Nesta quarta, Marco foi levado da prisão de Pasir Putih (a 400 km da capital, Jacarta) para outra unidade, como parte do procedimento preparatório para execução. Ele ficará isolado até a data do fuzilamento, segundo Utomo Karim, advogado pago pelo governo brasileiro para defendê-lo. Karim e um diplomata brasileiro acompanharam a transferência. O brasileiro ficou "chocado" ao saber da iminente execução, diz Karim. Ele ficou muito assustado ao ser levado da cela e pensou que seria executado imediatamente. Uma tia de Marco viajou nesta quarta para a Indonésia, antecipando a viagem que já faria para visitá-lo. No Brasil, amigos se mobilizaram em redes sociais para tentar evitar o fuzilamento. Os pais de Marco morreram e ele, solteiro, não tem filhos.

Segundo o advogado Karim, a essa altura apenas a intervenção da presidente Dilma Rousseff diretamente para Widodo poderia adiar a execução do brasileiro. Apuramos que Widodo não respondeu, ainda, aos pedidos de contato feitos pelo Brasil. Widodo assumiu a presidência em outubro e impôs linha dura no tratamento a traficantes prometeu executá-los, linha diferente da adotada pelo antecessor, Susilo Bambang Yudhoyono. O argumento é que o tráfico prejudica as futuras gerações do país. Ele tem apoio da população, amplamente favorável à pena de morte. A Imparsial, entidade local de defesa dos direitos humanos, sustenta que a pena capital não inibe o tráfico. A Indonésia tem 64 presos no corredor da morte. Desde 2001, 27 pessoas foram executadas, só sete por tráfico. O último fuzilamento, de cinco condenados, ocorreu em 2013. 





CássioFotografias com PortalADesgraça /Folha