Secretaria Nacional de Defesa Civil reconhece as graves dificuldades no campo e na cidade em razão da seca, mas ajuda oficial ainda não chegou.
A Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), que é subordinada ao Ministério da Integração Nacional, do Governo Federal, reconheceu na quinta-feira, 10, a Situação de Emergência decretada pelo governador Ricardo Coutinho em 170 municípios do estado, incluindo todos os do Vale em função da estiagem.
Com esse reconhecimento, os municípios receberão recursos e benefícios durante seis meses para amenizar o sofrimento da população com a estiagem. Mas isso só será possível quando o Governo do Estado encaminhar a documentação necessária contendo os dados de cada município castigado pela seca.
Os documentos exigidos das Prefeituras são: avaliação dos Danos (Avadan), Notificação Preliminar de Desastre (Nopred), certidão da climatologia local, danos sociais, ambientais e prejuízos econômicos. Também é exigido documentário fotográfico e decreto municipal de Situação de Emergência. Mas o que o agricultor espera é que a burocracia não atrase o apoio prometido.
Após o envio, os municípios receberão recursos federais destinados a abastecimento d’água e apoio aos agricultores que perderam suas lavouras. No entanto, para os agricultores terem direito ao Bolsa Estiagem, o crédito agrícola ou a alimentação animal, os prefeitos devem, obrigatoriamente, decretar Situação de Emergência nos seus municípios.
Enquanto os recursos federais não chegam, o Governo do Estado pretende atender à população de forma imediata. Uma reunião do Comitê de Combate à Seca, nesse sentido, foi realizada sexta-feira passada. Na reunião, que contou com representantes da Defesa Civil Nacional, “foram discutidos a ativação de poços, manutenção e recuperação de dessalinizadores, manutenção das cisternas atendidas pela Operação Carro-Pipa (OCP), distribuição de cestas básicas e, entre outras ações, o apressamento da documentação dos municípios em Situação de Emergência à Secretaria Nacional de Defesa Civil (MI)”, afirma o governo estadual.
Na região, a seca tem maltratado o homem rural e urbano. Mas são os bichos os mais castigados pela falta de chuva, que já passa sede e fome.
Sem chover, os açudes que abastecem as cidades estão com pouca água, e no campo, dependente de pequenos reservatórios, cisternas e poços, a situação é ainda mais grave: já está tudo seco ou prestes a secar, ou seja, centenas de comunidades rurais estão precisando, com urgência, de carros-pipa e recursos para outras necessidades provocadas pela falta de chuva. Foto (padre Djacy Brasileiro): água na zona rural está cada vez mais distante e difícil, forçando agricultores a longas caminhadas.
Isaías Teixeira - Folha do Vale/ IOL